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terça-feira, 3 de agosto de 2010

Tempo

E minha criação estava completa, correndo pelos campos floridos. Mas correndo com uma malícia em seu rosto. É que fugia de mim. Fugia por toda a sua eternidade. Era a criação do século, talvez do milênio. Na verdade, era a criação que duraria toda a sua vida - e que nunca acaba.
Era como uma revolta sem fim essa fuga. Acabei desperdiçando todo meu tempo, correndo por desertos, cansado debaixo do sol escaldante e da tempestade de areia das ampulhetas enfileiradas, formando uma linha no horizonte do deserto ilusório. Acabava de se iniciar uma escravidão de uma ilusão criada, criada pelo criador que gosta de correr atrás do que cria, esquece que na realidade essa busca pelo que foge está toda errada. A partir do momento que se gasta toda essa energia na perseguição de um ladrão, fruto de quem o persegue, há algo errado. Muito errado.
Esse erro serve como um tapa olho para o caminho certo, que leva para um campo onde a grama é mais verde e nunca envelhece. Apenas se desgasta. E isso é muito possível, basta apenas ter foco no que é certo.

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