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domingo, 16 de agosto de 2015

Solidão

Acabei de descobrir a essência de um problema em mim: eu tenho uma enorme dificuldade em ir atrás. Eu não sei até que ponto isso é normal e morro de medo de acabar me isolando cada vez mais do mundo por conta disso. Mas a verdade é essa.

Lembro de pessoas, até bate saudades... Mas não faço nada além de lembrar. Em momentos de carência, acabo até indo atrás de gente nova, pessoas que nem conheço, estranhos em cantos distindos do planeta... E só.

Também sinto que ninguém vem atrás de mim. Quando alguém resolve mandar uma mensagem, não dura muito... Fora os que só ressurgem por interesse, seja profissional ou amoroso (não que eu nunca tenha feito isso, mas não sinto falta desse tipo de coisa, acho que ninguém sente).

Não sei como melhorar isso, parece que careço de interesse: que nem sou interessante e que nem me interesso pelas coisas. Não vou atrás de nada. Não me informo, tenho dificuldade em sentir vontade de me conectar, me é muito desgastante. Passo quase todo dia em casa, trabalhando, achando que um dia, quando resolver passear, alguém vai olhar pra mim e se interessar, vir atrás... Que algum amigo vai me ligar e perguntar por que sumi, que as pessoas irão conversar comigo sobre assuntos limitados que conheço e curto...

É como se o meu ego, carência, narcisismo, preguiça e comodidade se juntassem para formar essa barreira isolante, que me torna invisível e prescreve um triste destino solitário, na esperança de um dia ser notado e alguém clamar o quanto subestimado sou.

domingo, 9 de agosto de 2015

Cansaço...

É tudo tão incerto... Que me dá preguiça tentar imaginar como deveria ser o correto.
Eu já tentei, mas bate um cansaço, sabe? Uma vontade de apenas viver a latência propulsora do meu andar.
Às vezes parece até que não nasci para esse mundo, que a seleção natural esqueceu-se de mim e me largou cheio de fraquezas, bloqueios mentais e até celestiais. Tudo só pior quando olho ao meu redor uma espécie bestial que me irrita. Não queria fazer parte disso, não queria ter tanto apego e senso de dever com essa fraternidade quebrada. O que o mundo precisa mesmo é de um novo começo, porque o pessimismo já me tomou por completo e não vejo mais conserto para esse estrago todo. Desgastei a minha fé, eu, que sempre fui tão espiritual... Larguei a mão e assumi minha humanidade preguiçosa, meu pecado. Talvez isso represente minha ida direta para o inferno, talvez seja a minha liberdade enquanto tento sobreviver nesse lugar onde o sentido máximo da existência é incompreendido e passa despercebido pelos olhos dos que lançam suas lanças lá das alturas, sem se preocupar onde acertam de fato.
Desculpa, não sou melhor que ninguém, mas essa burrice alheia dá raiva. A revolta é tanta que deixo de me reconhecer, passo a ser um estranho inquieto, fiel à sua preguiça. Pior que eu sei disso e mesmo assim às vezes me entrego à ilusões bestas, a ponto de esquecer o que realmente importa. Mas a verdade é verdade e está lá para todos verem e aceitarem.
O que me reconforta é a morte, ao mesmo tempo que estressa, me faz querer viver com pressa nesse vagão cheio de sonâmbulos e eu tropeço sobre meus próprios pensamentos, sem conseguir sair do lugar. É como se eu tivesse que alcançar um posto muito elevado, mas meu pecado impedisse de  me mover, me bloqueasse a ponto de viver na matéria crua, sem nenhum evento fantástico ou sublime.
O mundano tomou conta de mim e, agora, me aproximo cada vez mais do que eu tanto repudio. É como se eu soubesse o que é certo e errado, mas, mesmo assim, optasse pela calúnia, tentando ignorar as consequências.
No final, a hipocrisia ganha, afinal, eu devia falar menos e fazer mais. E pode ser até que tudo isso seja exagero de minhas profundas meditações tomadas por energias depressivas, que eu cobre demais de mim mesmo. Mas acabo ficando cansado do mesmo jeito.