Jogo tudo para o alto
Perco-me de mim mesmo
O tempo que passa não volta
Construo castelos com palitos de fósforos
Bato pedras até saírem faíscas
Lágrimas evaporam com o calor formado
Formam nuvens densas
Chuva ácida cai sobre mim
Caos no mesmo metro quadrado
Basta apenas um passo
E continuo sentado
Com uma fonte de pensamentos ligada e minha mente
E preguiça que seca tudo
Por que estou onde estou mesmo?
Enlouqueci com minha própria loucura
Exagerei interpretações da minha fantasia
Vivi o irreal
Infantilizei meus atos
Falei mas não fiz
Sei o que é certo mas fico parado
Tenho vergonha e não faço nada
Como se palavras agissem por si só
Indo contra a minha religião
Princípios
Princípios que cobram
Princípios que fascinam
Que me enfeitiçaram
Junto com o que antes era apenas superficial
No mais puro sentido da palavra
E agora em conjunto com a pureza de uma alma
Prendem-me
Acorrentam-me
Deixam-me confuso
Abobado
É só mais uma alma
Agora tente me convencer
Já não sou dono de mim mesmo
Esqueci como é ser total autêntico
Como se fosse um escudo
Proteção contra um monstro que tanto desejo
Escudo burro
Proteção desnecessária
Desnecessária?
Estou perdido
E o pior é que sei o caminho de volta
Mas toda vez que vejo o monstro novamente
Caio na tentação
É como um vício
É egoísmo
Não posso domesticar algo desse jeito
Não depende só de mim
Se o monstro quiser, ele que fique
Não quero aprofundar-me mais nesse abismo
Não sou um perdido
O perdido é que faz parte de mim
Mas voltarei a dominá-lo
Voltarei para meu trilho
Voltarei para a luz
Basta seguir os passos
Que com urgência preciso escrever em tom de confissão
Desabafo
Para mim mesmo
Registro
Apoio para meu auto-exorcismo
E aqui estão
Ser eu mesmo
Fazer o que é certo quando o errado é um inimigo conhecido
Focar-me
Rezar
Amar
Deixar estar
Não há vergonha nessa exposição
Feridas são feias mas médicos precisam ver para tratar
No caso eu sou meu próprio doutor
Não entendo minha letra
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Regularidade
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Aviso para os vírus desinformados
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Que nada têm a ver
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Da minha doença
Da minha saúde
De mim
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É um unicórnio
E ele nem sabe
Não sabe
Porque talvez não seja mesmo
Tanto vírus quanto unicórnio
São frutos de minhas alucinações
O ser em questão
É apenas uma vítima de minhas loucuras
É apenas um ser
E que o Senhor olhe por esse ser
Eternamente
Muito obrigado por tudo meu Deus
Que assim seja
Amém