Era o espelho e a face. A face perplexa diante de um abismo criado após o terremoto da verdade interior. Era assim como ele via o certas verdades: como um terremoto. Essas verdades não vêm ao caso. O que interessa era o estado lastimável do jovem diante de tal abismo. Estava a exatamente 5,73cm de distância da queda livre. E não sabia se pulava ou não para alcançar o outro lado. É interessante notar que nesse momento de reflexão intensa, ele está em seu santuário mais sagrado: o banheiro de sua casa. Sempre era onde tomava as decisões mais importantes, recebia inspirações divinas para a elaboração de idéias. Era o local onde tinha mais liberdade. Oras, podia até ficar nu e trancar a porta quem ninguém questionaria depois nada sobre nada! Enfim, voltando ao dilema irrelevante do rapaz... Foi graças a esse cataclisma em sua vida que ele resolveu pesquisar antes de decidir se pulava ou não.
Então voltou para o seu quarto e abriu a janela para o mundo: ligou o computador. Entre uma pesquisa e outra sobre a origem e resolução de seu problema, viu que o buraco era mais embaixo, e mais e mais e muito mais embaixo. Isso o incentivou a meditar. Pronto, descobriu um universo novo. Meditar... Nunca tinha feito isso antes. Nem sabia como se fazia, nem sabia se fazia certo. Mas meditou. Então resolveu pular. E não é que deu certo? Só não havia se tocado que haviam mais rachaduras provenientes do terremoto, que mais cedo ou mais tarde ele teria que pular. Ainda bem que tinha a internet como guia. Pena que esse guia não é muito confiável. Pena que conforme o tempo foi passando ele acabou tomando outros caminhos para desviar de buracos com amis frequência. A semente plantada naquele dia do espelho já havia germinado e começava a crescer, não havia morrido ainda. A mudinha estava apenas adormecida.
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