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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O vaso quebrado

Um vaso cai e quebra. É a física. É a física mecânica. É a mecânica. É como tudo acontece. É o material. É o vaso desforme. É o vaso espalhado. São pedaços de um inteiro. É um inteiro com intervalos. É a visão sobre algo que é como é não somente porque simplesmente é e ponto. Existe um ensinamento oculto por trás disso.

As leis que regem tudo, são na verdade uma só. Tudo é um só. O absolto é tudo.

O vaso não existe. Existe apenas de modo ilusório para elevar os que estão em busca de se tornar novamente parte do tudo, de modo consciente.

As vezes nos pegamos tão imersos na ilusão de um vaso quebrado, que esquecemos de como é bom fazer parte do universo. Ser único entre únicos, que são um só.

Quando o egocentrismo, narcisismo e egoismo nos combrem com seus mantos ilusórios, queremos brilhar mais que os outros. Ser invisível é o último recurso. Queremos ser um vaso inteiro, objetivamente falando.

Mas um vaso quebrado também é inteiro. Só não está organizado da mesma forma que um vaso intacto. Sua forma impede de receber a mesma função do outro, e é descartado, jogado fora. Mas ele não sumirá, o vaso é indestrutível. Pode virar carbono, ser decomposto, corroído, reciclado, triturado... Sua matéria estará vagando em algum lugar, sempre cumprindo seu papel, o papel universal, que é maior que o papel do vaso intacto, um simples vaso que está preso à sua imagem inventada e sem valor para a natureza, o planeta, o sistema solar, as estrelas, as galáxias, o infinito, o absoluto. O vaso quebrado pode até não ser mais reconhecido, estar escondido entre outros objetos alheios. Mas sua nobre existência é inegável. Sua missão ainda é divina.

domingo, 10 de outubro de 2010

Resultado de uma meditação interrompida

Preciso meditar. Estou sempre precisando meditar. Adiando, adiando, adiando... E quando vejo, estou sufocado pelos problemas que tento sufocar.
Eu chego a enforcá-los. Aperto com força seus pescoços. Sinto suas goelas amassada na minha mão. E quando me deparo com a morte, me espanto e perco as forças.
Não é assim que deve-se resolver as coisas. Temos que sentar e conversar até colocar os pingos em todos os "i"s. É que é uma conversa longa, e o rumo dela só Deus conhece, não posso simplesmente inventar um final para uma conversa não terminada. É todo um processo passivo, onde simplesmente espero a resposta do outro.
Das últimas vezes que tentei imaginar a conversa, antes mesmo de iniciá-la, eu cheguei a criar vários caminhos os quais ela poderia tomar. Filosofei muito e morri em uma bifurcação. De um lado está tudo certo, do outro, tudo errado. Só um caminho me leva para onde o Sol encontra-se. Pode ser também que não seja necessário escolher um dos caminhos, porque pode ser que não sejam relevantes, pode ser que eu possa pisar na grama que há entre os dois e andar pelo pasto verde até o amanhecer.
Eu de nada sei. Só adio o meu encontro com a resposta, com a seta que me guiaria para o certo.
Parece que é o problema da minha vida e que não consigo prosseguir mais enquanto não resolvê-lo. Fico preso em confusão e entregue à perdição.
Voltando aos caminhos encontrados... Eles são caminhos opostos. Na placa dos dois há a indicação de um problema que já nasceu comigo. Porém, enquanto em uma fala para eu caminhar o caminho todo com o problema para que eu possa chegar ao Sol, a outra diz para que eu destrua o problema, caso contrário não alcanço meu objetivo. A segunda, pela lógica, parece ser mais adequada. Mas... E se o problema não for um problema de verdade? E se eu estiver delirando e me afogando sozinho? E se o mundo me deixou louco? E se nada disso importa e apenas perco tempo com uma indecisão que me mata aos poucos? Mas... E se importar? Eu realmente quero chegar onde o Sol está... Só isso importa. O resto eu me viro, faço qualquer coisa. Mas pelo amor... Ah é, lembrei que não importa o quanto eu reclame ou peça ajuda, nada vai acontecer. Apenas devo parar de adiar a minha conversa e simplesmente escutar a resposta da minha pergunta: O meu problema é realmente um problema que me impede de chegar ao Sol?

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Choque de uma mensagem

A partir do momento que vestimos a carne dos que não têm mínima noção de onde seus restos materiais iriam parar depois de sua morte, causa-se um transtorno na vida e mente de muitos.
Há um significado digno e maior por trás de um aparente ato de brutalidade. Há uma elevação no trabalho divino onde o impacto deve ser grande mesmo para que o objetivo cumpra-se.
O preço por isso talvez é que tenha sido esquecido.
Talvez o impulso tenha cegado momentaneamente quem pensou na criação da mensagem transformadora. Não viu o impacto espiritual que causaria um sangue derramado de inocentes que não fosse para a sobrevivência de outros.
Pode ser que não tenha sido em vão, que haja mudança na vida de muitos e para melhor. Mas será que vale a pena? É realmente divina a causa? Divina a ponto de acabar com a vida?
Acho que um planejamento prévio é necessário e espero sinceramente que o objetivo de tudo isso tenha sido cumprido. Se não... Tudo bem, eu perdoo.

Liberdade atrasada

Acordei um dia de bem com a vida. A engrenagem que movimentava o sentimento de libertação girava aceleradamente. Tudo que era perceptível ao meu redor ampliava sua capacidade de ser percebido. Já era possível ser apenas o que se sentia. Era o individual tornando-se o coletivo, que na veradade, é uma coisa só.
Uma das coisas loucas que leio em minha vida bateu à minha porta, a vontade louca de correr nu pelas matas e mangues, sentir o vento e a imersão no parangolé da vida. Nada disso foi idéia minha, mas confesso que tomei para mim algo que já fazia parte de mim no momento em que abri as portas para o mundo.
Tudo era alegria, nada fazia mais sentido, leis não existiam. Um sentimento de culpa e vagabundisse invadia a minha mente de tempos em tempos enquanto experimentava tal estado de euforia. Mas o que é ser vagal? É não cumprir com os deveres de um dever ilusório? Ou ele realmente pesa sobre nossas cabeças? Seria um dever usurpador? Impostor? Qual o verdadeiro dever? Não seria o de ser vagal? Bem, pelo menos naquele momento era o que fazia sentido e bastava.
É nesses momentos onde nos livramos de amarras é que ou enlouquecemos ou fazemos o que é certo para sermos livres. De um jeito ou de outro, conseguimos alcançar o que queremos, não importa qual dos dois caminhos. Chegamos onde o que importa já nos é conhecido mesmo que de forma subconsciente.

O mais engraçado é escrever sobre uma coisa que faria bem mais sentido se tivesse escrevdio no dia em que realmente estava lvre, onde o sentimento verdadeiro seria o autêntico autor do texto. Apenas escrevo isso hoje porque sinto que deveria ter escrito e não escrevi. Estou atrasado, me atrasei.