O que eu me tornei?
O que permiti acontecer?
Será que há volta?
Escolher o sofrimento por livre e espontânea vontade...
Loucura sadia ou insanidade?
Seguir passos, possuir o que não me pertence... Digno de um assassino. Tudo em silêncio.
Silêncio.
Como queria poder ser um assassino pleno e exercer meu ofício.
E se Deus está nesse exato momento olhando pra mim, não me vê como pecador, com certeza. Me vê como um disciplo carente de luz... Ou simplesmente carente. Mas ainda fraco e perdido.
Então segue com os pés na terra, agarrado à crosta, viajando em pensamentos ao ritmo de uma música que tomou como sua. É sua nova trilha sonora, o embalo que desperta a saudade... Saudade de sofrer. Saudade de seu prisioneiro, que nem sabe que está preso.
Agora melodias atravessam minah alma, fundem-se com a difusa névoa de sentimentos da minha essência. Cativei o que eu apenas observava.
É, agora não há mais retorno. O amanhã me espera e eu tenho que estar preparado custe o que custar. Sorte que sempre estou preparado. Apenas sofrerei um pouco mais do que de costume. Ah, mas é verdade, eu mesmo pisei nas rosas que eu mesmo joguei depois de cortá-las com minhas próprias mãos. Nota: eu estava descalço e sem luvas. Resultado: o vermelho das pétalas se perdia no vermelho de meu sangue, no vermelho da guerra, no vermelho da violência, no vermelho do... Do amor. E o cheiro de ferro, por incrível que pareça, ainda era menor que o perfume das flores.
Será que estou elevando um desejo simples e carnal e tornando-o algo sublime e luminoso? Seria isso pecar? Ou seria evoluir? Ou simplesmente... Juntar o útil ao agradável?
Talvez tudo não seja um sonho, resultado de um desespero ou frustração. Seja comodismo com conformismo. Aparente gosto pela desgraça. Auto enganação.
Tudo bem. Nem ligo. E se eu não tenho pena, por que alguém mais teria?
Mas é tudo tão bom. Incrível como o repugnante torna-se atrativo. Acho que é quando o ar da candura me preenche e o olhar de antes agora é inocente. Mesmo que ainda segure com a minha boca a pimenta que me tenta. Cuspí-la ou experimentá-la? Ok, é só um aperitivo. O alimento que me abastece através do olhar celestial é que é o prato principal.
Robustez e inocência. Combinação perfeita demais para ser verdade. Acho que quero enxergar coisas onde não existem. Acho não, tenho certeza. Afinal de contas, quero sofrer, não? É pra quem sabe, quebrar a amarga calma, monotonia... Um tempero, um doce, mesmo que caótico, sounds better. Actually much better at the moment.
Nem lembrava mais como era o gosto dessa sinfonia agridoce. e repito: é tão bom.
Só não sei até quando o doce dura e o amargo volta com tudo para me puxar para o estado de antes. Estarei muito mal acostumado. Bem... Daí já é um problema de quem é mimado.
Lembrar que tudo não passa de um jogo, de uma interpretação de papéis e faz de conta é muito bom. É tudo um sonho, posso acordar. E quando digo tudo, digo tudo mesmo. Tudo que foi escrito anteriormente faz parte do sonho. O sonho dos mortos.
É isso. Caso eu exploda é só acordar para a morte. Lógico, sempre antes dela me acordar, porque daí já não fará sentido o sonho.
Voltando para o ambiente onírico... Para o início, para os mais brutos pensamentos de um tolo abobado. Será que quem eu quero que leia isso e entenda tudo o que escrevi realmente fará isso? Acreditemos que sim e continuemos a mergulhar mais e mais no mar vermelho... Aquele mencionado anteriormente... Até o fundo.
Olha, achei uma pérola.
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